É assim que acaba

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Durante a pandemia, a leitura foi um refúgio para muitas pessoas, e, para mim, não foi diferente. Foi nesse período difícil que comecei a apresentar sintomas de ansiedade e síndrome do pânico, uma experiência que compartilhei em outro post do blog. Um dos livros que mais marcou essa fase foi É Assim que Acaba, de Colleen Hoover. Li essa obra ao lado da minha mãe, e a experiência foi intensa para nós duas, já que a história abordava um tema com o qual infelizmente nos identificamos: a violência doméstica.

Por ter lido o livro há mais de quatro anos, minha memória pode não estar tão fresca. Talvez, se eu o lesse hoje, minha impressão fosse um pouco diferente, já que estamos sempre evoluindo e mudando nossas perspectivas. No entanto, isso não muda a importância que o livro teve para mim naquela época, e o impacto emocional que ele causou continua muito presente.

Para quem ainda não leu É Assim que Acaba, vou contar um pouco da história sem dar spoilers, pois acredito que cada leitor deve descobrir os detalhes da trama por si mesmo. O livro acompanha Lily Bloom, uma jovem que, após a morte do pai, decide se mudar para Boston e abrir sua própria floricultura. Em meio a essa nova fase, ela conhece Ryle Kincaid, um neurocirurgião encantador, e logo surge uma conexão entre eles.

A vida de Lily parece estar tomando um rumo positivo, mas sua história é entrelaçada com traumas do passado, especialmente com sua relação familiar e uma figura marcante de seu passado, Atlas Corrigan. É nessa mescla de presente e passado que a trama vai se desenvolvendo, trazendo à tona questões delicadas como violência doméstica, traumas emocionais e a luta interna para não repetir padrões destrutivos.
O que torna É Assim que Acaba tão especial é a maneira como Colleen Hoover aborda esses temas com sensibilidade. Não é uma leitura fácil. Algumas passagens são duras e podem ser gatilhos para quem já passou por situações de abuso, como foi o nosso caso. No entanto, essa história também oferece um senso de esperança, mostrando que, mesmo em meio ao caos e ao sofrimento, é possível encontrar força para seguir em frente.

Durante a leitura, minha mãe e eu encontramos uma frase que nos marcou profundamente: “continue a nadar.” A princípio, pode parecer algo simples, mas, naquele momento, essas palavras ecoaram como um mantra para nós duas. Estávamos no meio de uma pandemia, isoladas do mundo e enfrentando os desafios do dia a dia, enquanto revivíamos memórias dolorosas através da leitura. “Continue a nadar” se tornou nossa maneira de lembrar que, mesmo nos momentos mais sombrios, era preciso seguir em frente, um dia de cada vez. Essa frase nos deu coragem para atravessar aquele período difícil.

Além de ser um livro emocionalmente envolvente, É Assim que Acaba levanta discussões importantes sobre o ciclo da violência e as decisões difíceis que muitas pessoas precisam tomar para proteger a si mesmas e aqueles que amam. Hoover consegue mostrar que, muitas vezes, o caminho para a liberdade e o autoconhecimento não é linear, e que cada pessoa tem suas próprias batalhas internas.

Outro ponto que destaco é a representatividade emocional do livro. Ao longo da narrativa, vemos como Lily lida com sentimentos de culpa, amor e lealdade, o que reflete a complexidade das relações humanas. A autora nos faz questionar nossas próprias percepções e preconceitos sobre o que significa estar em um relacionamento abusivo. A mensagem é clara: romper padrões destrutivos não é fácil, mas é possível e necessário.

Recentemente, assisti à adaptação cinematográfica de É Assim que Acaba com minha mãe, e foi um momento especial reviver essa história de outra forma. Em breve, vou compartilhar uma resenha sobre o filme, destacando as diferenças em relação ao livro e como essa experiência afetou minha visão da história.

Concluindo, É Assim que Acaba foi uma leitura impactante e transformadora para mim e minha mãe. É uma história que trata de temas pesados, mas que oferece um fio de esperança para aqueles que, assim como nós, enfrentaram ou enfrentam situações de dor. Se você procura um livro que vai mexer com suas emoções e te fazer refletir sobre o poder da resiliência, eu recomendo fortemente essa obra. E, sempre que a vida parecer difícil, lembre-se: continue a nadar.

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